Definição

 

Não existe consenso na simples atribuição de um nome às crianças que apresentam dificuldades nas suas aprendizagens (Cruz, 1999), porém, dificuldades caracterizam-se por serem “obstáculos, barreiras ou impedimentos, que, [quando] ligados à aprendizagem, dificultam ou impedem o processo de aquisição de conhecimentos” (Rebelo et al., 1995). 

    Há mais de 40 anos que o conceito “dificuldades de aprendizagem” é estudado por diversos profissionais mas, apesar de terem características em comum, ainda não existe uma definição consensual. Neste sentido, e de um modo muito lato, o termo Dificuldades de Aprendizagem (DA) reporta-se à existência de “qualquer coisa de diferente no que se refere ao rendimento académico dos indivíduos, independentemente de esta diferença ter origem em fatores intrínsecos ou extrínsecos, afetivos ou cognitivos, educativos ou neurológicos, isto é, sem especificar exatamente o que está errado” (Cruz, 1999).

    Esta indefinição lesa os direitos das crianças e adolescentes que apresentam esta problemática, cortando-lhes o acesso a programas educacionais que se coadunem com as suas necessidades, impedindo-os de efetuarem aprendizagens com sucesso.

Torna-se, assim, importante dar um sentido conceptual ao termo DAE para, desta forma, iniciarmos um processo que nos irá permitir não só perceber o conceito, mas também chegar a um conjunto de respostas educativas eficazes para estes alunos.

“As dificuldades de aprendizagem específicas dizem respeito à forma como um indivíduo processa a informação – a recebe, a íntegra, a retém e a exprime – tendo em conta as suas capacidades e o conjunto das suas realizações. As dificuldades de aprendizagem específicas podem, assim, manifestar-se nas áreas da fala, da leitura, da escrita, da matemática e/ou resolução de problemas, envolvendo défices que implicam problemas de memória, percetivos, motores, de linguagem, de pensamento e/ou metacognitivos. Estas dificuldades, que não resultam de privações sensoriais, deficiência mental, problemas motores, défice de atenção, perturbações emocionais ou sociais, embora exista a possibilidade de estes ocorrerem em concomitância com elas, podem, ainda, alterar o modo como o indivíduo interage com o meio envolvente” Correia (2008).